20/04/2011

Faça a diferença

O palestrante André LUiz Rosa estará ministrando palestra com o tema "Faça a diferença, no dia 25 de abril, às 19h30, no Grupo Espírta "Os Peregrinos". E no dia 28 de abril, na Casa do Caminho, às 20h30.

03/04/2011

Uma crítica...

Abaixo transcrevemos o texto de Alexandre Agabiti Fernandez, publicado no jornal Folha de São Paulo de 03/04/2011, sob o título "Espiritismo retorna com arsenal surrado", que trata do filme "As Mães de Chico Xavier", o qual para o crítico embarca em filão rentável e se apropria de dramaturgia de televisão para comover.

O centenário de Chico Xavier foi comemorado no ano passado, com alguns filmes, mas o espiritismo continua rendendo nas telas em 2011.
"As Mães de Chico Xavier" é o primeiro filme espírita do ano, mas não será o único. O filão mostrou ser rentável, afinal, o espiritismo tem milhões de adeptos no Brasil e os temas ligados aos mistérios da morte fascinam.

As mães do título são três.
Ruth (Via Negromonte) sofre com o filho dependente químico. Elisa (Vanessa Gerbelli) se dedica integralmente ao filho pequeno, pois o marido nunca está ao seu lado.
Diante de uma gravidez não desejada, a jovem professora Lara (Tainá Müller) vive uma profunda angústia, que aumenta com a morte do namorado.
Elas enfrentam perdas atrozes e buscam reconforto junto a Chico Xavier (Nelson Xavier, que encarna o médium no cinema pela segunda vez e vai se tornando um especialista no papel).
Isso acontece quando Chico está sendo objeto de uma reportagem de televisão conduzida por Karl (Caio Blat), um jornalista cético que ironiza o médium com tiradas engraçadas.
Como a grande maioria dos filmes espíritas, este também envereda pelo discurso doutrinário a partir das cartas, do moralismo, da condenação do aborto.
E mobiliza um arsenal de surradas convenções do melodrama para tentar comover o espectador e facilitar sua identificação com o que acontece na tela.
A trilha sonora se baseia em vocalises cheias de doçura, emulando um certo tipo de música "sacra" que acaba cansando pelas repetições.

TRIVIALIDADE
Muitas cenas insistem em mostrar o céu ou luzes fortes, que exasperam pela trivialidade. Também há abuso da câmera lenta. Os diálogos têm aquela serenidade típica dos convictos.
Com uma dramaturgia de TV mambembe, mobilizada para sensibilizar a partir de uma overdose de mau gosto, pouca coisa sobra. A inclusão de depoimentos reais -fio condutor do competente "As Cartas Psicografadas de Chico Xavier", de Cristiana Grumbach- contrasta com o resto e deixa o todo ainda mais frágil.
O melhor momento do filme é a conversa entre Karl e Mário (Herson Capri), o diretor da emissora de televisão, em que falam sobre a fidelidade aos fatos -com uma crítica às manipulações.
Mas a cena não é suficiente para tornar o filme interessante a quem desconfia de mensagens edificantes prontas para o consumo.
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AS MÃES DE CHICO XAVIER
DIREÇÃO Glauber Filho, Halder Gomes
PRODUÇÃO Brasil, 2010
COM Caio Blat, Tainá Müller e Vanessa Gerbelli
ONDE nos cines Reserva Cultural, Santa Cruz, Center Norte e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO regular

02/04/2011

O carteiro de Deus.

O escritor Marcel Souto Maior fala de As Mães de Chico Xavier, que encerra comemoração do centenário do médium.

Como biógrafo de Chico Xavier, Marcel Souto Maior virou especialista nas relações entre vivos e mortos e na figura do médium de Uberaba, que se autodefinia como "carteiro do além". O "especialista" confessa - "Numa pré-estreia do filme em São Paulo, defini o espiritismo como um tripé formado por religião, ciência e filosofia e fui corrigido por dois estudiosos. É religião no Brasil, em todo o mundo é ciência e filosofia." Souto Maior é autor do livro Por Trás do Véu de Isis, em que se baseia As Mães de Chico Xavier. O filme de Glauber Filho e Halder Gomes estreou ontem com 403 cópias em salas de todo o Brasil.
Só para comparar - Chico Xavier estreou com 350 cópias e Nosso Lar com 400. O primeiro fechou em 3,5 milhões de espectadores e o segundo, em 4 milhões. Quanto fará o Mães? "Prefiro não arriscar para não me decepcionar", diz Souto Maior. Mas ele acredita no sucesso. Por lidar com a dor da perda das mães - e com a esperança de reencontro com os filhos, proporcionada pelas cartas psicografadas pelo médium -, o filme é, abertamente, o mais emocionante dos três. As Mães chega para encerrar as comemorações do centenário de nascimento de Chico Xavier.
Cinéfilo de carteirinha, admirador de Quentin Tarantino e Stanley Kubrick, como Marcel Souto Maior se relaciona com a trilogia? "O tipo de cinema que prefiro é outro e estou muito envolvido com esses filmes, mesmo com Nosso Lar, que não se baseia em original meu, mas é o maior sucesso editorial do Chico. Independentemente de gostar, não posso deixar de ressaltar certas qualidades e a maior delas é a interpretação de Nelson Xavier. O Chico dele é verdadeiro."
Souto Maior é jornalista. Há 15 anos, no Jornal do Brasil, fez uma matéria tentando saber por que a peça Além da Vida, baseada na doutrina de Chico Xavier, havia feito 2 milhões de espectadores. Isso o levou a Uberaba e ao médium. Marcel surpreendeu-se porque Chico escreveu cerca de 400 livros que venderam mais de 20 milhões de exemplares. Os direitos não lhe pertenciam. Ele não se sentia o autor desses livros, portanto, não tinha por que se beneficiar dos direitos, que revertia para instituições. Chico viveu e morreu modestamente. Marcel descobriu que ele tinha a alma de um missionário.
Seu trabalho de psicógrafo salvou famílias da destruição a que o sofrimento proporcionado pela perda de entes queridos as condenava. O próprio Souto Maior se reconciliou com o personagem. "Quando criança, passava férias em Araxá e Chico foi o fantasma da minha infância. Tinha medo dele, o homem que falava com os mortos." O Chico que conheceu e cuja confiança ganhou - o médium desconfiava de jornalistas - era um homem doce. Para quem lida de forma tão íntima com o assunto, uma confissão do escritor pode causar surpresa. Ele confessa que não é espírita - como? -, mas volta e meia sua falta de fé sofre um abalo.
Na pré-estreia paulistana do filme, espontaneamente, um pai e uma mãe pediram a palavra no fim da sessão e falaram de forma sincera sobre o consolo que as cartas - e o filme - lhes haviam proporcionaram. São coisas que calam fundo em Souto Maior. Estabelecem, para ele, a grandeza de Chico Xavier. As Mães foi um filme que o emocionou bastante. Ele se diverte quando o repórter confessa que a primeira parte é sóbria e a segunda, apelativa, mas que, até por isso, foi difícil refrear as lágrimas. "Que bacana, ter coragem de dizer isso." Pode ser arriscado tentar prever o público de As Mães de Chico Xavier, mas, com certeza, o filme vai provocar um rio de lágrimas nos cinemas do País.
Fonte: artigo publicado em 02/04/2011, no Estadão, sob o título Todo o amor do ''Carteiro de Deus'', escrito por Luiz Carlos Merten.

01/04/2011

A luz de Chico

Segue abaixo matéria publicada na Revista da Hora sobre o filme "As mães de Chico", que estreia hoje nos cinemas nacionais (1º de Abril). Para ler é só clicar na figura.